O amor lhe deixou rugas, um olhar distante, às vezes entendido como expressão de sabedoria, uma indecisão que inicia todas as suas frases e um cansaço ofegante que as termina. Deixou também alguns objetos, coisas que por afeição ele foi acumulando e hoje não lhe dizem quase nada. Também nada lhe dizem as cartas que ele pega na gaveta, tentando sentir ao menos um pouco do que sentia quando, com suas envergonhadas lágrimas de homem, desmanchava as palavras que lhe juravam amor.
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