sábado, 28 de julho de 2012
Kama Sutra - VII
Quando acendias o cigarro e sopravas três sugestivas baforadas, eu já sabia. Saía de minha mesa, tu da tua e, seguindo furtivamente pelo corredor, entrávamos no compartimento em que a mulher da limpeza guardava seus materiais. Ali, em pé, porque o espaço assim exigia, tive momentos que nenhum mortal deveria merecer. Nos meus braços, dizias que eras minha, minha só, de mais ninguém. Pena que em três anos de empresa nossos encontros não tenham passado de sete. Só muitos anos depois, quando não trabalhávamos mais lá, e nem empresa mais havia, relacionei nossos encontros com as faltas do gerente - aquele tirano que quase nunca ficava doente, proibia conversas e cigarro na sala e, quando tirava os olhos dos papéis, era para fazê-los passear por tuas pernas.
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