Em alguns sebos eles ainda podem ser encontrados. São da década de 1950 ou 1960, nas páginas o tempo deixou suas marcas amarelas e as capas estão desbotadas. Quem os procura e pede em voz baixa, acentuando que se destinam a uma pesquisa, são garotos. O assunto que os leva a pedi-los é um sentimento que se extinguiu nos últimos anos do século passado e costuma estar já no título: "Serenata de amor", "Um amor inesquecível", "Crepúsculo do amor", "Amor imortal". Com um sorriso conspiratório, o atendente, murmurando "ah, sim, para uma pesquisa, claro", os leva à última estante, bem no fundo da sala, onde paira uma escuridão complacente e piedosa.
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