As esculturas se encolhem quando te aproximas. Eros e Afrodite enrubescem, também Diana, e a camponesa que um momento antes ouvia sem se importar os grosseiros gracejos do cavalariço desvia os olhos dos teus. Também às telas tua presença incomoda. Se encostas o dedo num gramado, o verde esmaece e, se molhas a mão na água do rio, espalha-se na sala um cheiro de putrefação. Tu fazes apodrecer tudo que tocas, até os teus poemas, mentirosamente ditados pela pureza. Devias tocar mais em ti.
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