sábado, 18 de agosto de 2012
Boa noite
Digo-te boa noite com a certeza de que a terás. Nenhum outro dia sabe urdir noites como as de sábado. Nelas há sempre algo morno, algo que afrouxa o corpo, uma embriaguez dos sentidos, um desejo de dar-se ao afeto, de entregar-se a ele, de lhe pertencer. Tudo assume uma sensualidade que sopra provocativamente os pelos do corpo e acende fogachos juvenis na alma. O resvalar de um braço, o toque ainda que casual de um dedo, um sorriso entre dois olhares oblíquos, tudo desperta em nós uma inquietação adolescente, uma premência quase sexual. Nas noites de sábado a vida parece tão melhor que é um pecado não aproveitá-las. Que aproveites a tua hoje e que, se em algum momento pensares em mim - talvez quando tomares o café ou passar por ti alguém com um livro -, que seja só isso mesmo, um momento, nada mais que isso, uma lembrança fugaz de alguém que possas ainda, embora eu não mereça, considerar um amigo.
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