Envergonha-se do tempo em que, simulando ser ainda mais faminto e andrajoso do que era, ia até a porta do amor para pedir uma roupa velha e um pouco de comida. Hoje, quando se lembra, o tecido fino de sua camisa irrita-lhe a pele e no seu estômago revira-se o asco. Mas ainda, às vezes, sorri ao recordar os raros dias nos quais a mão que lhe passava o trapo e o prato aluminizado tocava acidentalmente a sua.
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