Havia frutos que não devias tocar, e tuas mãos jovens invejavam a brisa que os tocava. Nos sonhos tuas mãos os tocavam, teus dentes os mordiam, tua língua se deleitava com o sumo, teus dedos apalpavam o sol que havia ainda em suas cascas. Quando acordavas, entre os teus dedos escorria o leite do pecado. Hoje há frutos que não podes provar e, se com eles sonhas, ao acordar olhas em vão para os teus dedos secos, e o gosto que tens nos lábios é ácido, amargo e triste.
Nenhum comentário:
Postar um comentário