Toda quarta-feira, quando a empregada vai lavar o quintal, o garoto a observa do quarto, na parte de cima da casa, com uma atenção que se torna tensa e deleitosa no momento em que ela se abaixa, ajusta a boca ao bico da torneira e bebe longamente, antes de enroscar o esguicho. Todo dia, pelo menos uma vez, ele vai à torneira, nela encosta os lábios, como se a beijasse, e bebe a água com os olhos fechados de êxtase. Por artes da imaginação, prefere-a morna, como se ela lhe estivesse sendo repassada por outra boca.
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