Falavam de um homem que, enfeitiçado pelo amor, não viu a passagem do tempo e hoje, mais de cinquenta anos depois, age como se ainda tivesse dezoito e faz sonetos apaixonados. Fiquei um pouco ali, ouvindo, e senti pena do homem de quem zombavam. Depois segui meu caminho. Era uma noite estrelada e já na primeira esquina eu me esquecera do homem sobre quem pesava tanto escárnio. Eu estava na segunda quadra de um soneto e procurava uma rima para senectude.
Nenhum comentário:
Postar um comentário