terça-feira, 4 de setembro de 2012
Tango
Acordei chorando. No sonho, um homem alto e forte, notavelmene alto, forte e belo, estava parado numa esquina. Era noite e custei a ver que ele abraçava uma mulher e que a mulher eras tu. Eu me aproximava quando, com um daqueles vertiginosos passos de tango, o homem te dobrou para trás e, curvando-se máscula e elegantemente sobre ti, te manteve uns instantes assim, subjugada. Quando ele se curvou um pouco mais, eu, com a força do desespero, acordei. Sentei-me na cama e senti o suor misturado às lágrimas. Lá fora, a madrugada era rasgada por latidos, mas eu julguei ouvir, no meio deles, um acorde portenho. Fiquei sentado na cama por meia hora, talvez uma, talvez duas, talvez mais, impedindo-me de dormir, com medo de que voltasse o sonho e, com ele, voltassem os ágeis passos do homem e a determinação com que ele te curvava e te punha submissa aos seus beijos.
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