Dia a dia ele se torna mais ágil. Já não esbarra nas cadeiras, nem nas mesas. A sala e a cozinha são territórios dominados por ele. Se quiser, pode até fechar os olhos. No parque, aonde o levam quando não chove, ele às vezes ainda sente dificuldade. No piso há umas irregularidades que ele ainda não mapeou. Mas dia a dia ele se considera mais seguro. Tem tempo para melhorar. Faz dois meses que anda com a cadeira de rodas. Está com sessenta e quatro anos e os homens da sua família costumam chegar pelo menos aos oitenta.
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