Tenho saudade da época em que eu, não ousando te dizer as palavras essenciais, usava pueris subterfúgios. Quanto tempo me custou admitir que te amava. Depois que pela primeira vez pronunciei para ti a palavra Amor, ela foi perdendo o brilho, e eu tentei revigorá-la com os mais dourados adjetivos. Tem sido inútil, será sempre assim, eu sei. Certas palavras não devem ser ditas nunca. Não são feitas para passar pela carnalidade dos lábios. Hão de ficar bem guardadas dentro de nós, intocadas como a imagem de um mártir. Pronunciei tantas vezes em vão o Teu nome, Deus, e não me puniste. Mas, assim que pronunciei o nome do Amor, o que nele era ouro se transformou na mais desprezível das bijuterias.
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