Que justo tenha sido o caderninho,
Atribuindo ao amor só o que ele fez.
Não foi ele que me tornou mesquinho,
Ele só aflorou minha mesquinhez.
Ele não fez de mim um mentiroso,
Só fez crescer em mim minha mentira,
Nem me tornou irado ou rancoroso,
Só usou o meu rancor e a minha ira.
Tão ternamente ele me enfeitiçou,
Tão fortemente me amarrou a ti,
Que quando me deixaste enlouqueci.
Não foi ele, ah, não foi, quem me matou.
Ele só os três atos escreveu,
Mas quem cravou a lâmina fui eu.
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