Acostumou-se a sofrer por ela nas noites em que os minutos gotejavam lentos como horas e os cães latiam para espantar os fantasmas dos quintais. Acostumou-se a chorar por ela nos dias de aguda solidão, em que, sentado diante do micro, esperava o alívio de uma mensagem, ainda que o texto fosse só "oi". Ela saiu da sua vida há tanto tempo que ele às vezes duvida que ela tenha existido. Tenha sido ou não só um desvario de sua imaginação, ele continua sofrendo o suplício das noites intermináveis e dos dias solitários, sem mensagens. Sabe que esse é o seu tesouro, e continua a contar as moedas como um pirata avarento.
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