Chegará talvez um tempo em que não me lembrarei do teu nome. Assim são as coisas. Hoje teu nome é sempre a primeira palavra que minha boca amarga está pronta para pronunciar. Apesar de toda a tristeza, de tudo, da vontade (e necessidade) de esquecê-lo, a todo instante meus lábios se unem para dizer a primeira sílaba dele. Eu os reprimo, mas essa sílaba permanece o dia inteiro inquieta, como se estivesse na boca de um menino e quisesse reproduzir o som de uma série de estampidos: pá, pá, pá. Como seria abençoado, hoje, olvidar teu nome, olvidar-te. E como será triste o dia em que eu o olvidar, o dia em que eu olvidar-te.
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