"Como Dostoiévski conhecia aquele extraordinário sentimento de vingança, aquele prazer de uma pequena risada - que vem de uma mulher em sofrimento? É uma coisa muito secreta, mas profunda. As mulheres não desejam poupar aqueles a quem amam. Se eles as amam com o tipo de devoção cega com que Shatov amava Maria, elas gostam de atormentá-los, e esse tormento lhes traz um alívio positivo. Será que isso se parece de alguma forma com os tormentos tão frequentemente observados nos seus romances? Essas mulheres ficam felizes em atormentar os amantes? Não, eles também estão sofrendo as agonias do parto, estão dando à luz suas novas personalidades. E nunca acreditam nisso."
(Do livro Diário & cartas, tradução de Julieta Cupertino, publicado pela Editora Revan.)
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