segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
No jornal (Major Quedinho) - 24 - A festa
Nas comemorações do aniversário do jornal, os revisores destacavam-se pela capacidade de esvaziar copos, cálices, garrafas, litros, qualquer recipiente cujo conteúdo fosse alcoólico. Conjugávamos com brilho e intensidade o verbo emborcar. Num desses aniversários, quando a festa, já de madrugada, terminou, Orival Xavier Barbosa e eu fomos completar o abastecimento na Nove de Julho, no famosíssimo bar Siroco, muito frequentado por jornalistas e outros representantes da fauna noturna. Não sei quanto nem o que bebemos. Sei que estivemos lá, talvez tenhamos até conversado com Branca, a proprietária (ou gerente, eu nunca soube). Depois, lembro-me de entrarmos o Orival e eu num táxi, com o sol já amadurecendo na manhã. Na cena seguinte, estamos diante de uma casa. Orival, para sorte e alívio do motorista, conseguiu sair do carro antes de lançar pela garganta, na calçada, boa parte do que bebera. Apareceu uma mulher no portão e em seguida um menino que, vendo o estado do pai, disse chorosamente: "Mãe, eu acho, sim, que o papai morreu." Não recordo como cheguei em casa, mas acredito, até hoje, que tenha conseguido.
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