Falavam de poesia: Pessoa, Drummond, Borges, Lorca, Bishop, Plath, Szymborska. Poesia, poesia, poesia, ouvia o garçom toda vez que passava pela mesa. No momento em que dois deles avisaram que precisavam ir embora, o terceiro protestou: "Justo agora que a prosa está ficando boa?" "A prosa? Que horror!", exclamaram ao mesmo tempo os outros dois. A gargalhada dos três, alta, escandalosa, fez com que todos olhassem para eles. Ora, quem diria, aqueles senhores empertigados... Quando o garçom foi pegar para eles a maquininha de cartões, o dono do restaurante perguntou: "Que piada foi aquela? Me conta." "Não sei, um negócio qualquer de poesia." "Ah, poesia", murmurou decepcionado o dono.
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