Numa folhinha de bloco ou num arquivo inexplicavelmente não deletado, talvez daqui a dez anos uma quadrinha, quem sabe até um poema de catorze versos, um soneto, surjam como uma daquelas pistas que o passado, com seus descuidos, sempre acaba deixando. Pode ser que nos teus olhos brilhem então duas lágrimas. Eu não estarei mais por aqui e não saberei, mas se essas duas lágrimas, não mais que duas, aflorarem aos teus olhos, eu estarei pago por aquelas todas, tantas, que por ti venho chorando e também por aquelas todas que sempre te recusaste a chorar por mim.
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