Existem afetos que não sabem se comportar. É dar-lhes um dedo e já querem as duas mãos. Não se conformam em ser só afetos. Estão sempre invejando o posto do amor. Insinuam-se, intrometem-se, tramam, conspiram. Caluniam o amor, fazem o que podem para depreciá-lo e, se o veem em descrédito, logo se apresentam como substitutos ideais. Esse tipo de afeto não tem conserto. Convém estarmos sempre atentos a ele. Melhor ainda é deixá-lo a certa distância. Tratá-lo bem, sim, mas não muito, para ele não imaginar que é um convite para se achar mais do que é. Podemos dizer-lhe que amor é amor e afeto é outra coisa. Mas quantas vezes ele já ouviu isso? E quantas vezes ele obedeceu?
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