segunda-feira, 11 de março de 2013
Gostaria...
... de estar andando pela João Mendes, buquinando no Messias. Ou na Cultura, vendo se chegou o livro de poemas da Margaret Atwood e o Tratado do amor cortês, de André Capelão. Andar por ali, pela Paulista principalmente, é recolher nostalgias que às vezes se deixam retratar em textos, embora sempre neguem o melhor, que é aquela coisa no peito que palavra nenhuma consegue exprimir com exatidão. A mais aproximada talvez seja aflição. Coisas belas, agudos afetos nos causam isso: aflição. Mesmo quando ainda brilham com seu fulgor máximo, já pressentimos o dia em que, sendo lembranças apenas, nos afligirão com sua sombra. Você ainda está mexendo o café, nem o tomou ainda, e já sabe o gosto amargo que ele terá no futuro. Você olha para o sorriso que lhe dão, e em cada um de seus olhos já se anuncia uma gota, pelo menos. Você sorri e, nos cantos da boca, já se arma o primeiro traço de amargura. Essa é uma boa medida para se saber a intensidade de um sentimento. Se ele não afligir desde o primeiro instante, já no primeiro olá, como você poderá contar com ele quando chegar o tempo das lágrimas?
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