Está com os olhos baços e o rosto lívido, como os desses garotos viciados em se tocar com os dedos. Já esteve pior. Acha que devagar vai melhorando. Já consegue segurar-se até as oito, as nove da noite. Ontem manteve o controle até as dez e meia. Só então, como um condenado à cadeira elétrica, trancou-se no banheiro, embora estivesse sozinho como sempre, e logo estava já estremecendo como se o encarregado da execução tivesse ligado a chave e a houvesse programado para matá-lo lentamente, cruelmente, de insuportável gozo. Foram três minutos, cento e oitenta segundos em que ele se regozijou por ter tantas culpas e pelo rigor do juiz ao analisá-las.
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