Hoje, quando o Amor te apunhalou o coração, tu, como sempre, imploraste, pediste, suplicaste que ele te ferisse mais fundo e te matasse. O Amor não te dará nunca uma morte piedosa. Ele te conservará vivo, ele te dará todos os golpes, menos o último, de misericórdia. Com que outro rato ele brincará? O Amor quer te ver morrer de velhice, disforme e asqueroso como só um rato moribundo pode ficar, e balbuciando ainda para ele, como os velhotes balbuciam para as colegiais de saia azul, no parque: "Brinca uma vez comigo, brinca. Uma vez só. Brinca?"
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