Eu não gostava quando, nas festas, apareciam velhotes de parentesco indefinido ou amigos da casa. Na Páscoa, vinham com um ovo para mim e em troca eu precisava suportar aquelas mãos suadas me abraçando, batendo em minha cabeça - como você cresceu, já está um homenzinho - e aquele cheiro esquisito que todos tinham. Velhotes, para mim, eram aqueles que haviam passado dos quarenta. Não havia velhos tão velhos quanto os de hoje. Imagino o que sentirão meus netos hoje, se eu os tocar. Uma sabedoria que os anos me trouxeram é esta: poupar os outros de minha ternura.
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