sábado, 23 de março de 2013
Talvez eu...
... tenha mesmo a capacidade de estragar sábados. Tenho estragado tantos. Há em mim esse talento para o desagradável, que chega a ser quase uma descortesia. Sempre construo pirâmides com o que acontece comigo. Vivo epopeias de lamentações, sou herói dos meus dramas, sou um São Sebastião que se flecha a si mesmo. Sou especialista em estragar os dias da semana. Todos. Por que pouparia os sábados? Lamento-me até chegar àquele limite em que já começa o ridículo. Talvez hoje seja esse o caso. Ultrapassei de novo o limite. Mas que diabo! Alguém precisa se lamentar, alguém precisa ser ridículo. Ofereço esse serviço a vocês, embora vocês não o tenham pedido. Além de tudo, sou serviçal. Às vezes penso que seria capaz de enlouquecer o dr. Freud. Não, não seria. Ele classificaria meu caso como insignificante. Essa é a palavra que me cabe, que sempre me coube. Insignificante.
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