domingo, 21 de abril de 2013
Boa noite e...
... que amanhã possamos mostrar o que talvez tenhamos aprendido hoje. Aprendemos hoje o de sempre: que, só depois de clamar, atingimos o doce silêncio da resignação. A noite nos encontra cansados. Livramo-nos de muitas palavras durante o dia, mas não nos livramos dos sentimentos que elas exprimem. Esses sentimentos recuperarão o vigor enquanto estivermos dormindo, se dormirmos, e amanhã nosso peito ferverá de novo, e bradará - como se o mundo já não estivesse farto de saber que sofremos e como se pudéssemos esperar ainda alguma atenção dele. Todos sofrem e irritam-se ao ver alguém que por um punhado de afeto não recebido já quer tirar a patente do sofrimento. Foi um domingo triste. Sofri não só por afetos pessoais. Meu maior sofrimento de hoje foi provocado pelo abalo de algo que reuniu tantas pessoas, por tanto tempo, que foi uma parte tão expressiva de minha vida que, se eu fosse dar número a esse afeto, se fosse defini-lo em porcentagem, talvez precisasse ter como base de cálculo mais do que cem por cento. Mas para o que é mesmo que serve a esperança?
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