Deitada e nua, a mulher agora parece tão grande e inatingível que o garoto fica parado no meio do quarto.
"Não vai tirar a roupa, neném?"
"É que..."
"Vai, vem logo me esquentar."
"É que..."
"É a sua primeira vez, não é?"
"N...n...ão."
"Bom, você tem um minuto pra arrancar a roupa e vir."
"É que..."
"Você viu como tá cheio de homem lá embaixo. Eu tô aqui pra faturar. Vem ou não vem? O que você é? Um empata-foda? Vem. Última chance."
"Será que você..."
A mulher levanta-se e, com os enormes peitos balançando, exige:
"Me passa a grana."
Ele pega a nota:
"Tá aqui."
Ela começa a se vestir:
"Você é o segundo brocha que me aparece hoje. Só que o outro era um velho."
Com a roupa, ele nota que ela fica menor.
"Será que eu não podia...?"
"Seu tempo já era, guri."
No elevador, ele tem certeza de que, se fosse agora, poderia. Apalpa tristemente o bolso: não dá.
No saguão, ela lhe beija o rosto:
"Obrigada, bem."
"Me dá um na boca?"
"Tá ficando esperto, neném."
Ela lhe esmaga a boca com os lábios, enfia a língua:
"Volta qualquer hora, bem. Tchau."
Ele vai embora. Pensa no que vai dizer à irmã quando ela descobrir a falta do dinheiro.
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