domingo, 21 de abril de 2013
Sim, eu sou...
... aquele no rosto de quem o amor espatifou uma torta de morango. Sim, eu sou aquele que o amor trouxe pela coleira e a quem ensinou truques gentis. Sim, eu sou aquele que foi escarnecido em prosa, verso e música. Sim, eu sou aquele que por amor se tornou inconveniente. Sim, eu sou aquele que desonrou sua idade e por amor tentou andar de motocicleta no globo da morte. Sim, eu sou aquele que tem apelidos, todos desairosos. Sim, eu sou aquele que enlouqueceu de todas as loucuras. Sim, eu sou a alegria dos rapazes, sua piada favorita. Sim, eu sou esse que se envergonha por dormir ainda, e comer. Merece dormir e comer quem deixou desmoronar assim desgraçadamente um sonho? Sim, eu sou o que não teve coragem, o que ficou suspenso no viaduto, como se tivesse subido ali para olhar a paisagem. Sim, sou eu. Sou culpado de tudo, de tolice, de esperança exagerada, de estúpido romantismo. Sim, sou eu, confesso. Onde é mesmo que eu assino?
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