... hora de calar. Que diabo pretendemos nós? Cada palavra nossa soa ridícula, cada gesto nosso provoca risos abafados, de piedade. Todo dia chegamos à beira do palco para declamar um drama e ninguém nos avisa que nos esquecemos de pôr a calça. Choramos todo o tempo e, verdade se diga, no final nos aplaudem de pé, e choram também, mas de rir. Quando nos curvamos para agradecer, o público, depois de um minuto de palmas calorosas, pede que nos viremos de costas e nos concede mais um minuto de palmas, tão calorosas quanto as anteriores. Nossa frente e nosso verso, murchos e desgraciosos, quem diria, são um sucesso. Quem há de querer ouvir nossa alma?
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