Se eu houvesse morrido, digamos, em novembro de 2009, não teria havido diferença nenhuma para o mundo. Para mim, seria uma antecipação que me pouparia de vir tentando, por esses anos todos, parecer jovem (ou menos velho) e poeta. Não tenho conseguido, eu sei, e imagino o que andam dizendo a meu respeito. Por que o amor há servir de desculpa a todos, menos a mim? E, se o amor não basta para me absolver, que tal a demência senil? A família é pródiga em casos, é uma espécie de marca registrada nossa. Os poloneses são todos meio pancadas. Eu me desnaturei um pouco aqui, nestes saudáveis trópicos, e às vezes ressinto-me por não ser mais ferrenhamente polonês.
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