poderíamos estar nos falando agora, ainda que nos lábios tivéssemos veneno e nossas sílabas fossem facas de evisceração. Preferimos morrer de silêncio. Somos zelosos de nosso orgulho e de nossa autoestima. Ele, orgulho, e ela, autoestima, serão pó, amanhã, como tudo. Mas nós, menino e menina ranhetas, damos banana um ao outro e nos regozijamos com nossa capacidade de atacar e de revidar. E no entanto poderíamos estar nos falando agora, ainda que fosse para contar uma piada de papagaio. Quanto a você não sei, mas quanto a mim a lógica diz que poderei estar morto amanhã ou depois de amanhã - certamente antes do papagaio.
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