Hoje me ocorreu que a palavra mais adequada para exprimir meu principal sentimento atual é
mágoa. Mágoa tem algo de antigo, antiquado até. Ela é uma espécie de ressentimento atenuado. O ressentimento fica mais perto do ódio e exige reparação. A mágoa é mais branda, mais resignada. É difícil explicar isso, mas a minha mágoa é uma espécie de doçura e eu me pergunto se não a alimento justamente para sentir esse gosto agridoce, que no fundo foi sempre o sabor de minhas alegrias. Jamais acreditei na alegria integral. Sempre desconfiei dela. Creio haver nisso algo do meu sangue polonês.
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