Eu gostaria de ter sido digno de minha ternura. Ela é o maior atributo do meu ser. Nasceu comigo e foi sempre meu bem mais precioso. Jamais me desviou para um atalho sombrio. Foi sempre ensolarada, minha ternura. Me levou por parques floridos, me indicou a fonte certa para a minha sede. Me fez amar pessoas e coisas. Meu erro foi sempre o de querer apropriar-me de umas e de outras. Não eram minhas, eram da ternura. E, no entanto, como sofri pela loucura de querer declarar meus o sol, as manhãs cheirando a orvalho, os pássaros, as borboletas e sorrisos de certos lábios entre os quais palpitavam as mais ricas palavras da vida.
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