"Os mortos são sempre preferidos aos vivos. Preferimos os mortos devido a nossa ligação, a nossa identificação com eles. Sua impotência, sua passividade, sua vulnerabilidade são as nossas. Todos aspiramos ao estado de inanição, à condição de impotência, em que somos forçosamente frágeis e merecedores de amor. É só à custa de um grande esforço que nos obrigamos a agir, a lutar, a nos fazermos ouvir acima do som do vento, a esmagar flores enquanto andamos. Que nos comportamos como gente viva. A disputa entre Sylvia Plath e Ted Hughes evoca a disputa entre os dois princípios que demarcam a existência humana."
(Do livro A mulher calada, traduzido por Sergio Flaksman e publicado pela Companhia de Bolso.)
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