sábado, 18 de maio de 2013
Gastamos...
... imprevidentemente as palavras naquele tempo. Desperdiçamos nosso riso. Tudo nos parecia infinito. Falávamos, ríamos, mandávamos um ao outro emotycons, he-he-hes, qui-qui-quis. De repente, eu me senti menino outra vez e a vida parecia pedir que eu a descobrisse de novo. Não desconfiei de nada. Vez por outra uma sombra descia sobre o caminho que meus pés juvenilmente descalços percorriam. Era um prenúncio da noite próxima, mas eu continuei a esbanjar tudo, palavras, risos, afeto. Não houve um centímetro de solo em que eu não deixasse um sinal de minha alegria. Quando as trevas vieram, tentei retroceder, voltar em busca das palavras, dos risos, do afeto. Tateei, apalpei o solo, mas havia pó, apenas pó onde eu tinha deixado meu tesouro. Uma gargalhada povoou a escuridão. Era a gargalhada da insanidade, a minha gargalhada.
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