quarta-feira, 8 de maio de 2013

Mais sobre Sylvia Plath e Ted Hughes, por Janet Malcolm

"Como sabemos por suas cartas exaltadas, Sylvia Plath dizia todo tipo de coisa sobre Hughes naquele período. E, como todos sabemos a partir de nossos próprios embates com o ciúme sexual, o enlouquecimento é o principal sintoma dessa doença. Mas o que poucos de nós já puderam experimentar durante o progresso do mal foi uma irrupção de criatividade, dando-nos forças para produzir obras que ultrapassam tudo que já fizemos, obras que parecem produzir-se por si mesmas. Foi num breve período de dois meses no outono de 1962, depois que Hughes deixara Devon e Sylvia Plath, incapaz de comer ou dormir, sofrendo de altas febres reais, além do ardor figurado do ciúme furioso e da autocomiseração patética, que ela escreveu a maioria dos poemas de Ariel. Tomava soníferos e, quando seu efeito passava, por volta das cinco da manhã, levantava-se e escrevia até as crianças acordarem."

(De A mulher calada, tradução de Sergio Flaksman, publicação da Companhia de Bolso.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário