Há muito não vejo mais uma cena que era comum aqui no bairro: o cego com seu acompanhante, geralmente um menino, indo de casa em casa para vender vassouras. Andamos tão desencantados com os seres humanos que não acreditamos mais em cegos, nem nos meninos que os acompanham e nem nas vassouras que oferecem. Melhor comprá-las no supermercado, ainda que por um pouco mais. Se não resistirem à primeira varrida, sempre se poderá trocá-las, guardando a notinha. Quem há de encontrar nesta cidade, imensa como uma desgraça, um cego que talvez nem cego seja, ainda que tenhamos exigido ver seu crachá?
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