sábado, 18 de maio de 2013
Priscylla (5)
Depois do fascinante encontro com a beleza, propiciado pelo conhecimento de Priscylla Mariuszka Moskevitch, todas as pulsações do meu sangue e todos os instantes de minha vida passaram a clamar pelo segundo encontro. Ele foi marcado, desmarcado, remarcado e de novo marcado, desmarcado, remarcado, infinitamente. Pensei então que a beleza pudesse ter como um dos seus atributos a crueldade, mas logo vi a questão por outro ângulo: a beleza há de se fazer de rogada, não há de estar permanentemente ao nosso alcance. A beleza é rara e - para o nosso próprio bem - deve resistir às nossas súplicas e aos nossos rogos. O processo de marcar, desmarcar e remarcar - que eu às vezes fui tentado, erroneamente, a chamar de joguinho - repetiu-se dolorosamente em todo o meu longo tempo de convivência com Priscylla. Se tivéssemos confirmado todos os encontros marcados, não faríamos nada além de nos encontrar. Nos desencontramos com uma obstinada assiduidade, e cada desencontro veio para mim com sua cota de aflição e lágrimas. Nunca, como nesses três anos, a minha alma teve tanta fartura de tristeza.
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