Que no asilo haja uma horta em que eu e os demais possamos plantar nossas alfaces. Que o sol de Van Gogh nos visite diariamente e que seus girassóis se transformem em borboletas que possamos chamar pelos nomes e que cantem para nós, ao entardecer, todas as canções que a vida sempre nos negou. Que os corvos se revelem pássaros canoros, também, e que, se um dia notarmos a falta de uma das orelhas, saibamos que fomos finalmente admitidos plenamente no âmago do mistério e que nosso irmão Theo, o primeiro a quem comunicaremos, venha nos visitar e nos traga fumo para cachimbo e balas de hortelã.
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