quinta-feira, 6 de junho de 2013

Sim,

o amor nos melhora, enquanto pousa sobre nós sua esplendorosa porém fugidia luz. Somos outros, então, e nos espantamos: por que não fomos sempre assim? Mal acabamos de pensar nisso e já notamos que a luz do amor vai se afastando. O amor é assim, chega e afasta-se. Se não fosse assim, o amor se banalizaria. O amor é aquela luz que nos revela o que de mais puro e intenso temos e, feita a revelação, se vai. De certa forma, visto assim, o amor não nos melhora. Melhora outro, aquele que por um instante pensamos ser nós e já no momento seguinte volta a ser o que somos sempre: seres que vivem uma vida inteira pelo supremo êxtase de, por um dia ou por uma hora, ser abençoados por essa luz que, só ela, vale uma existência. Quando ela se afasta, resta para nós uma lembrança que vai se esmaecendo, até que a morte nos reivindique.

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