sexta-feira, 14 de junho de 2013

Um adeus decente

Se um dia obtivesse a graça do perdão, ou ao menos o favor da desculpa, seu coração se apaziguaria. Depois das escaramuças do amor, com seus atritos, desavenças, picuinhas, disputas e desavenças, não diria nada além de adeus, se desculpado ou perdoado. Nenhuma palavra que pudesse reacender sentimentos ou ressentimentos. Ele acha que o amor há sempre de merecer um final bonito antes de viver definitivamente só na agradecida memória. Embora não lhe agradem etiquetas, talvez porque não saiba segui-las, julga que o adeus deve estar à altura do amor - uma espécie de RSVP diante do qual ele teve sempre um sorriso malévolo e que hoje ele receberia como um arremate numa porcelana de fino lavor. O amor operou nele tantos pequenos milagres... Esse, o da delicadeza, seria bem-vindo, mesmo com a tristeza de ser o derradeiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário