A alma é mais ambiciosa que o corpo. A este, na última idade, pode oferecer-se uma sopa rala, com alguns indícios de cenoura e batata. À alma, não. Ela, quando vai se aproximando sua libertação, torna-se mais exigente. A minha me pede a todo instante Mozart, Shakespeare, Wislawa Szymborska, e me censura se não sei o nome de tal ou qual obra de Chopin. Sou rude demais para a alma que tenho. Eu seria mais feliz se fosse um camponês e não tivesse ido além da cartilha e de um punhado de canções dessas que se cantam em cima de carroças.
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