Escrever diariamente não há de ser uma obrigação autoimposta, mas uma aspiração natural, comum como o ato de respirar. Escrever por escrever aparenta-se mais com um
hobby do que com um compromisso artístico e pode, por desenvolver a habilidade, fazer o escritor acreditar que nessa facilidade de construir frases esteja a parte essencial da literatura. O escritor, principalmente o jovem, deve desconfiar desse virtuosismo. Quando se fala de uma obra de arte, dificilmente a primeira isca lançada trará o melhor resultado. Na literatura, como em tudo na vida, há de haver algo amargo, doído, uma escavação que deixe ao menos um pouco de sangue à mostra nos dedos.
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