"A arte deve colher a realidade de surpresa. Isso requer aqueles momentos que são para nós simplesmente um momento, mais um momento, mais outro momento e, arbitrariamente, os transforma numa série especial de momentos ligados entre si por uma grande emoção. A arte, parece-me, não deveria inculcar o 'real' como sendo uma preocupação. Nada é mais irreal que certos romances chamados 'realistas' - e que não passam de pesadelos. É possível conseguir-se num romance certa verdade sensorial - o verdadeiro sentimento de um personagem - eis tudo.
A ilusão da arte, por certo, é fazer com que se acredite que a grande literatura é muito ligada à vida, mas exatamente o oposto é que é verdadeiro. A vida é amorfa; a literatura, formal."
(Do livro Escritores em ação, compilação de Malcolm Cowley, tradução de Brenno Silveira, publicado pela Paz e Terra.)
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