quinta-feira, 22 de agosto de 2013
Dizem que...
... as confissões aliviam. Comigo não funciona assim. Depois que me abro, eu me arrependo. Abri-me hoje, aqui, e vou sair triste do blog. Talvez porque venha sentindo, há muito, que os outros, embora nos instiguem à confissão, sempre que lhes toca a vez ocultam uma carta na manga. Eu, não. Mostro como sou (alguém já me definiu, com propriedade, de escroto) e depois lamento a minha ingenuidade. Naquilo que confesso de ruim, acreditam. Se me meto a confessar amor, ah, aí, riem. Talvez porque para tipos como eu, já se desmanchando física e moralmente, seja um escândalo declarar amor. Lembro-me de Pessoa: ninguém, nunca, levou porrada, e eu, tolo, confesso aqui que levei todas e mais algumas, e ainda passo certificado. De qualquer forma, isso não tem nenhuma importância. Que me custa divertir ainda um pouco a plateia, antes de sumir pelos fundos? Talvez, ao sair do picadeiro, ofereça a diversão adicional de exibir, por um rasgo não suspeitado nos fundilhos, a esqualidez de minha bunda.
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