Numa das primeiras vezes, usei com Márika Voroshenka um artifício do meu tempo de adolescente. Disse-lhe que havia em cima de seu olho esquerdo algo que parecia um inseto. Ela passou o dedo ali, e eu, garantindo-lhe que aquilo ainda não havia saído, pedi que ela fechasse os olhos. Beijei-a, então, e foi até hoje um de nossos melhores beijos. Ela deixou que eu estendesse esse beijo por mais de um minuto, imagino, e só depois se mostrou indignada com o meu subterfúgio. Deu-me um tapa no braço e me chamou de patife. Gostei da palavra. Onde ela a teria aprendido? Não parecia coisa de sua idade.
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