Eram promissores os domingos da infância. Havia sempre tanta coisa a fazer. Um cinema, um circo, um joguinho rala-canelas na rua de terra. Roubar laranjas na chácara, quebrar vidraças, escrever palavrões com cacos de telha nos muros, desenhar cacetes gorgolejantes nas casas das meninas pudicas. Invejávamos os adultos, que passavam agarrados com as mulheres, e não sabíamos que eles, apesar dos olhos lúbricos e dos inchaços nas braguilhas, nos invejavam também. Se os chamássemos para dar uns chutinhos, eles se desenroscariam das mulheres e viriam ser zagueiros.
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