O melhor que pode acontecer ao amor é não chegar à intimidade da pele e da carne. O amor é o início e o meio. O que se chama de finais felizes é uma mediocridade incompatível com o amor. Velhinhos casados há quarenta anos, andando de mãos dadas, em terceiras e quartas luas de mel no Caribe, podem até ser uma cena bonita, se vista com olhos condescendentes, mas não são uma imagem do amor. O amor, se existiu neles, rendeu-se à conveniência, deixou-se anotar na agenda e vendeu-se por um sobrado no Pari, um fogão de seis bocas, férias anuais na associação dos servidores públicos e uma assinatura compartilhada da revista
Caras.
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