numa esquina do bairro sentir um daqueles sussurros com que esporadicamente a beleza nos fala. Talvez um raio de sol se torne repentinamente palpável e nós, sem dar na vista, possamos enfiá-lo em nosso bolso. Chegaremos em casa com culpa na alma e, quando pusermos a pequena fagulha solar em cima da mesa, para observá-la melhor, já não nos parecerá tão bela. Assim vamos cumprindo diariamente o nosso destino, enxovalhando tudo que a entidade suprema ou o acaso nos colocam nas mãos.
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