... para ler, e queixar-se da vida mesmo assim, é uma vergonha, uma canalhice, uma indignidade. Não serei eu que as cometerei. Vim do Centro Cultural hoje com uma antologia organizada e apresentada por Cleonice Berardinelli, que - como se fosse parco o tesouro - insere nele ensaios que escreveu com a autoridade e o amor de quem dedicou a vida a Pessoa e a seus cento e poucos heterônimos. A vida pode ser rica em momentos assim. No metrô, já com o livro no colo, como se fosse um neto, eu sorria, abobado de tanta felicidade. Ainda que me servissem gelada uma dobradinha à moda do Porto, eu continuaria com o sorriso. Deus, obrigado.
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